WASSILY KANDINSKY (1866-1944)

Abstracionismo

Wassily Kandinsky nasceu em Moscou, no dia 4 de dezembro de 1866. Viveu com sua família na Sibéria Oriental, em Kyakhta, centro produtor de chá junto à fronteira da Mongólia. Em 1871 mudaram-se para Odessa em conseqüência do clima moscovita. Em seguida, seus pais se divorciaram e sua criação ficou por conta de uma tia. Três anos depois, começou a receber as primeiras aulas de desenho e música.

Em 1886, ingressou na Universidade de Moscou. Optou pelo estudo de Direito e Economia, sem perder, no entanto, o contato com a pintura e a música. Em 1889, como membro de uma missão etnográfica, descobriu a riqueza da decoração dos interiores das aldeias e as belezas naturais, fato que despertaria sua vontade de pintar paisagens coloridas.

Prestou os exames jurídicos em 1892, tornando-se assistente na Universidade de Moscou. Na seqüência, casou-se com sua prima Anya Chimiakine. Aos 30 anos, mudou-se para Munique. A arte deixara de ser para ele apenas um meio de escapar as tensões. Ingressou então na escola de pintura do iugoslavo Anton Azbé.

Em 1912, concretizou uma nova manifestação artística intitulada O Cavaleiro Azul. Em outubro do mesmo ano organizou sua primeira grande exposição individual. Após a ruptura com a era materialista, nasceu para ele um novo reino espiritual cuja forma de expressão adequada seria a pintura abstrata na qual trabalharia com afinco.

Com o começo da Primeira Guerra, Kandinsky teve de fugir com a esposa para a Suíça, passando pelos Balcãs até finalmente chegar a Moscou. A guerra abalou o relacionamento conjugal que teve fim no inverno de 1916. Em 1917, conheceu sua segunda esposa, Nina Andreewsky, com quem teve um filho, que veio a falecer em 1920.

Publicou em Munique seu segundo trabalho teórico importante, Ponto e linha em relação à superfície, em 1926. O primeiro número da revista Bauhaus foi dedicado a Kandinsky por ocasião de seu 60º aniversário. Em 1932, a Bauhaus foi transferida para Berlim por uma forte campanha de difamação feita pelos nazistas, que alegaram ter encontrado material comunista em suas instalações.

Em julho de 1933, mudou-se com a esposa para Paris, onde esperava retomar o contato com antigos amigos. Mas a França só reconhecia seus próprios pintores. Aos poucos, foi se retirando da atividade de pintor. Os anos de Guerra não o pouparam. Contudo, sua obra não denota sinais de guerra ou da ocupação nazista. Sabe-se que recebeu convite para deixar Paris, mas preferiu ficar e, em 1939, adquiriu a nacionalidade francesa.

Terminou sua última grande obra, À Volta do Círculo, em 1940. Mesmo incapacitado por uma arteriosclerose, continuou a pintar pequenos cartões. Veio a falecer no dia 13 de dezembro de 1944, aos 78 anos de idade.