ARTE HOLANDESA

Na virada do século XVI, os portugueses defenderam o território brasileiro dos invasores ingleses, franceses e holandeses. Houve, porém, por parte dos holandeses, uma grande resistência que os levou a se instalar no nordeste do país a partir de 1624 e lá permanecer por 25 anos.

O Conde Maurício de Nassau trouxe à chamada “Nova Holanda” artistas e cientistas que se instalaram em Recife. A permanência dos artistas de Nassau no Nordeste representa um episódio isolado e dos mais interessantes da História da Pintura Brasileira, pois estes não deixaram discípulos ou continuadores.

Este fato é importante também para a História da Arte Ocidental, pois corresponde cronologicamente à primeira investida da arte holandesa fora do continente europeu. Além disso, por não serem católicos, os holandeses puderam facilmente dedicar-se a temas profanos, o que não era permitido aos portugueses.

Como conseqüência, foram os primeiros artistas no Brasil e na América a abordar a paisagem, os tipos étnicos, a fauna e a flora como temática de suas produções artísticas, livre dos preconceitos e das superstições comuns em representações que apresentavam temas americanos. Foram verdadeiros repórteres do século XVII.

Entre os principais artistas está Frans J. Post, nascido em Haarlen, Holanda (1612-1680). Post foi pintor, desenhista e gravador. Tinha 24 anos quando chegou ao Brasil, contratado por Nassau, onde permaneceria até 1644. Sua principal tarefa era documentar edifícios, portos e fortificações. Destacou-se entre os pintores de Nassau e é considerado o primeiro paisagista a trabalhar nas Américas.

Foi autor de cerca de 150 obras, costumava pintar pequenas figuras para funcionar como pontos de atração nos quadros e torná-los mais interessantes.