MANEIRISMO

Os artistas italianos buscam uma arte contrária aos princípios da Renascença, mais turbulenta, com novas idéias e invenções: o Maneirismo, que tende à estilização exagerada e capricho nos detalhes, marcando a transição da Renascença para o Barroco entre os séculos XVI e XVII. Foi, por muito tempo, relacionado ao mau gosto e aos excessos; os artistas buscam maneiras de renovar e desenvolver habilidades e técnicas do Renascimento, com um espírito diferente, criando uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas, sua marca inconfundível.

Na arquitetura, as igrejas são construídas com espaços longos e estreitos. As naves são escuras e os coros com escadas em espiral levam a lugar algum, produzindo uma atmosfera de rara singularidade decorada com guirlandas de frutas e flores.

Na pintura, há a deformação da realidade: uma multidão de figuras se comprime em espaços reduzidos que formam planos paralelos, irreais, numa atmosfera de tensão permanente; formas esguias e alongadas dos corpos substituem os membros bem-torneados do Renascimento, com rostos melancólicos e misteriosos; a luz concentra-se sobre objetos e figuras produzindo sombras inadmissíveis; os protagonistas não ficam no centro da perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura, tornando-os difíceis de ver.

Na escultura, o conceito de arte pela arte e o distanciamento da realidade somam-se às formas clássicas: repetem-se as características da arquitetura e da pintura, as formas caprichosas permanecem; isso tudo dando um equilíbrio frágil e respeitando a composição geral e a graciosidade do conjunto.