REGO MONTEIRO (1899-1970)

Cubismo

Vicente do Rego Monteiro nasceu no Recife, em 1899. Experimentou de quase tudo no processo criativo, do despertar da arte à poesia, que ganhou reconhecimento no Brasil e na França, onde morou por muitos anos. A pintura foi seu maior compromisso, passando por vários estilos até consolidar sua marca pessoal.

Em sua trajetória artística, encontramos escultura, ilustrações, influências do cubismo, grafismo japonês e art nouveau; assimilação do estilo egípcio e aderência superficial ao surrealismo; formulações regionalistas no Recife; abstrato informal em pinturas e monotipias; obras de iconografia religiosa e popular.

Incluído entre os pintores da Escola de Paris, década de 20, e precursor da Semana de Arte Moderna, o artista adotou uma figuração conceitual, cujo teor sempre teve ares de arte decorativa, monumental e estilizada.

A pintura de Monteiro bebia em muitas fontes culturais e se revelou inconfundível, a partir de formas planas, desenho vigoroso e elegante, cores moderadas e luminosas. A poesia ocupou um lugar especial em seu espírito de 1940 a 55. O artista se desdobrou sobre a edição de livros, a promoção de murais e atividades de animação cultural.

Na volta definitiva ao Brasil, em 69, o pintor realizou exposições no Recife e em São Paulo. Teve a colaboração de Walmir Ayala, que era crítico de arte do Jornal do Brasil, e do marchand Carlos Ranulpho, que conseguiu mobilizar uma mostra de Rego Monteiro na capital paulista. Entre 69 e 70, o artista viveu um tempo de grande produtividade no ateliê do edifício Holliday – Boa Viagem. Sua última mostra em vida aconteceu justamente na Ranulpho Galeria.

Alguns dias depois de inaugurada a mostra, em 5 de junho de 1970, ele faleceu, vítima de enfarte, a caminho do aeroporto. Iria inaugurar mais uma mostra individual, desta vez no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.