HENRI ROUSSEAU (1844-1910)

Arte Naíf

Henri Julien Félix Rousseau nasceu em 21 de maio de 1844 numa torre medieval da cidade provinciana de Laval – noroeste da França, onde viveu com sua família.

Rousseau não era um bom aluno, mas mostrava gostar de música, poesia e desenho. Aos 19 anos desistiu dos estudos e foi trabalhar como escriturário de um advogado da cidade, mas durou pouco tempo no emprego.

Sua estréia artística ocorreu em 1885 quando enviou dois quadros ao Salão dos Artistas Independentes, os quais foram recebidos com grande ironia. Confiante em seu próprio talento, Rousseau enfrentou o desprezo daqueles que consideravam sua arte “muito tosca”. Sua obra só foi valorizada pelas vanguardas de Paris ao final de sua vida.

Por volta de 1890, começou a pintar quadros com pequenas flores, destacando as cores de cada uma delas em composições arrojadas para os padrões da época. Este foi um ótimo exercício para melhorar suas paisagens, nas quais costumava ampliar as plantas que conhecia em suas visitas ao Jardim Botânico.

Embora pintasse densas florestas com árvores gigantescas, trabalhou quase que a vida inteira como funcionário da alfândega de Paris e só depois da aposentadoria em 1893 pode dedicar-se inteiramente à arte.

Casou-se duas vezes, primeiro com a costureira Clémence Boitard, com quem viveu durante quase 20 anos e teve dois filhos, depois com Joséphine Noury, em 1899, que veio a falecer quatro anos depois. No final do século XIX, alguns de seus quadros começaram a chamar a atenção, graças aos esforços do escritor Alfred Jarry (1873-1907). Considerado o pai da arte naïf, Rousseau goza desse prestígio não apenas por ser autodidata, não seguir as normas acadêmicas e se utilizar da desproporção e de cores vivas muitas vezes irreais; mas também pela forma ingênua com que encarou a própria vida.

Rousseau morreu em 2 de setembro de 1910, sendo enterrado numa vala comum do cemitério de Bagneaux, em Paris. Somente um mês depois, os obituários dos jornais noticiaram a morte, comparando sua obra com a de Uccello, um dos mestres da Renascença. Em 1947, os restos mortais foram removidos para Laval.