GIORGIO MORANDI (1890-1964)

Pintura Metafísica

Giorgio Morandi era notável por suas naturezas-mortas, em que buscava a unidade das coisas do universo. Conferiu imobilidade e transparência de formas, recorte intimista e atmosfera de luz cinza-clara às naturezas-mortas que pintou usando como modelos frascos, garrafas, caixas e lâmpadas velhas. Pintor e gravador italiano viveu toda a vida em sua cidade natal, Bolonha, onde estudou na Academia de Belas Artes. Em 1914, foi convidado a participar da primeira exposição futurista em Florença, na qual conheceu Carlo Carrà e Umberto Boccioni.

Em visita à Bienal de Veneza, teve contato com obras de Cézanne que o impressionaram bastante. Em 1918, integra-se à Pintura Metafísica após conhecer Giorgio De Chirico, e nela permanece até 1920. Associou-se também, entre 1918 e 1921, ao grupo e à revista Valori Plastici, em Roma, fundados por Mario Brogli. Defendeu os princípios da Pintura Metafísica e, assim como De Chirico, voltou-se contra todos os movimentos de vanguarda em favor da tradição clássica italiana. A partir de 1926, iniciou suas atividades como professor e diretor de escolas de arte nas províncias do Reggio Emilia e Modena. Em 1948, torna-se membro da Accademia di San Luca, ganha reconhecimento internacional e, em 1957, é premiado na Bienal de São Paulo.

De início, Morandi foi influenciado pelos cubistas e por Cézanne. Por meio deste, começou a apreciar o poder expressivo dos objetos, concentrando-se sobre sua plasticidade. A partir de 1918, tornou-se adepto, por um período, da Pintura Metafísica; deste vínculo, sua pintura apropriou-se de valores da luz e foi se singularizando quando ele assumiu como proposta a meditação sobre a natureza e a plasticidade dos objetos da vida real.