Miró nasceu em Barcelona, em 1893. Cursou a Escola de Belas Artes de sua cidade e a Academia de Gali. Em 1919, visitou Paris, onde foi contagiado por aspectos dos movimentos estéticos fovistas e dadaísta.

O Fovismo, movimento artístico que nasceu na França, tem como características marcantes a simplificação das formas, o uso indiscriminado e arbitrário das cores, a utilização de temas leves, retratando emoções e a alegria de viver, não tinha intenção crítica.

O Dadaísmo é caracterizado pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, pela combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical, pelo ceticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.

Miró era pressionado a estudar em cursos que o capacitassem ao trabalho com o comércio. O resultado dessa pressão é que o jovem Miró acabou por desistir de estudar, foi trabalhar no comércio e teve uma profunda depressão, necessitando de tratamento de saúde.

A mente de Miró mostrou-se muito criativa ao longo de sua vida. Durante os seus estudos de arte, por orientação dos seus professores, treinava desenhar objetos que conhecia apenas pelo tato. Também treinava pintando paisagens gravadas na mente. Ia a um lugar, observava e depois voltava ao atelier para começar a trabalhar. Talvez esses exercícios, somados a uma tendência natural, tenham feito de Miró uma mente privilegiada.

Joan Miró deixou-se influenciar prazerosamente por todas as correntes de arte com que tomou contato. Influências cubistas, surrealistas, abstracionistas são facilmente percebidas em seus trabalhos e a maneira de ver dos cubistas combina fortemente com a sua visão das coisas.

No início dos anos 20, conheceu Breton e outros artistas surrealistas. Na pintura “O Carnaval de Arlequim” – 1924, inaugurou uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia inocente, sem as profundezas das questões surrealistas em 1925.

Em 1928, viajou para a Holanda e pintou a tela “Interiores Holandeses”. Em 1937, trabalhou pintando grandes murais, mais tarde, em 1944, iniciou-se em cerâmica e escultura.

Miró alternou fases de dificuldades financeiras intensas com fases de prosperidade, mas aos poucos foi afirmando-se como um artista do primeiro time.

Essa forma interpretativa através de símbolos preenche completamente grande parte dos seus quadros, onde tudo é mostrado unicamente através de traços, símbolos e sugestões.

No final de sua vida Miró reduziu os elementos de sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto ou jogando tinta preta sobre as telas depois de pintadas, deixando escorrer. Morreu em 1983, em Palma de Mallorca, na Espanha.

Fonte: “Fazendo arte com os mestres II” – Ivete Raffa – Ed. Escolar.