Beatriz Ferreira Milhazes nasceu no Rio de Janeiro em 1960. Em 1981 formou-se em Comunicação Social. Antes mesmo de concluir o curso, em 1980, passou a frequentar Artes Plásticas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde, alguns anos depois, passou a lecionar e coordenar atividades culturais.

Beatriz fez parte do grupo de artistas conhecidos como a Geração 80. Artistas plásticos que despontaram após a exposição no Parque Lage na década de 1980, intitulada “Como Vai você – Geração 80”, por terem resgatado a técnica tradicional do uso do óleo sobre tela. Para além deste resgate, Beatriz trouxe novos elementos e inventou novas formas de trabalhar a pintura. Desenvolveu técnica que consiste na aplicação de pintura sobre pedaços de plásticos, sobrepondo uma camada sobre a outra, e desta forma passando a imagem gradualmente para tela. Em seus ateliês – espaço de criação e experimentos, quando julga pertinente, os mesmos pedaços de plásticos são usados durante longo período. O que lhe permite misturar vestígios de uma forma em diversas telas distintas.

Participou da Bienal de São Paulo, em 2003, da Bienal de Veneza (Itália) e, em 2006, da Bienal de Xangai (China). Museus na Europa e Estados Unidos expõe suas obras: O Reina Sofia, em Madri e o Metropolitan Museum of Art e MOMA, em Nova Iorque.

Entre outubro de 2002 a janeiro 2003 Beatriz realizou no Rio de Janeiro no Centro Cultural Banco do Brasil a exposição Mares do Sul, porém sua grandiosa exposição no Brasil aconteceu na Pinacoteca de São Paulo no final de 2008. Ocupou a maior sala da Estação.
Também realizou intervenções nas janelas do espaço, utilizando materiais translúcidos, manipulando as diversas formas de incidência de claridade sobre as janelas.

Alguns críticos internacionais acham que suas obras lembram as formas que aparecem nos caleidoscópios coloridos.
A cor é um elemento principal na obra dessa artista. Seu repertório estrutural inclui a abstração geométrica, o carnaval e o modernismo. Ela trabalha frequentemente com formas circulares, sugerindo deslocamentos ora concêntricos ora expansivos. Flores, arabescos, linhas onduladas, pontos e muita sobreposição.

Os motivos de ornamentação e arabescos são colocados em primeiro plano. O olhar do espectador é levado a percorrer todas as imagens, acompanhando a exuberância gráfica e cromática presente em seus quadros.