NAUM GABO (1890-1977)

Construtivismo

Escultor e pintor construtivo, Naum Gabo era filho de engenheiro cuja família costumava discutir arte em casa. Era um poeta e estudioso de literatura quando foi para Munique em 1910 para estudar Medicina e, depois, Ciências Naturais. Mas a amizade com artistas da época desviou sua atenção para a pintura e a escultura. Seu irmão mais velho, Antoine Pevsner (1884-1962), também artista plástico, estudava pintura em Kiev desde o ano anterior.

Em 1913, um ano antes de começar a guerra, Gabo foi com Kandinsky a Paris onde conhece o cubismo de Picasso e Braque e o dinamismo dos futuristas italianos. Fugiu para a Noruega em 1914 como refugiado e, mais tarde, Pevsner, que desde 1911 vivia e pintava em Paris, juntou-se a ele. Lá, Gabo produziu suas primeiras esculturas influenciado pelas formas geométricas do cubismo. Com o início da Revolução Russa, em 1917, ambos voltaram para a Rússia e ligaram-se à artistas como Tatlin, Malevich e Kandinsky.

Em agosto de 1920, os irmãos escrevem o Manifesto Realista, distribuído numa exposição com seus trabalhos. Nele, Gabo pretendia romper com os padrões de arte da época, a fim de fazer uma arte nova e realista e não apenas baseada no cubismo e no que se apresentava como arte. Ao final dele, uma série de cinco renúncias: da cor como elemento pictórico; à linha e ao seu valor descritivo; ao volume como uma forma de espaço pictórico e plástico; na escultura, à massa como elemento escultórico; à ilusão da arte como o único elemento das artes plásticas e pictóricas.

Gabo viveu entre 1922 e 1932 em Berlim e mudou-se em 1946 para os Estados Unidos, onde se tornou cidadão americano seis anos mais tarde, em 1952. Morreu em 1977, aos 87 anos.