Emiliano Di Cavalcanti nasceu em 1897, no Rio de Janeiro. Quando seu pai morreu em 1914, Di Cavalcanti começa a trabalhar fazendo ilustrações para a revista Fon-Fon.  Em 1916, transferiu-se para São Paulo, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Seguiu fazendo ilustrações e começou a pintar. O jovem Di Cavalcanti frequentou o atelier do impressionista George Fischer Elpons e tornou-se amigo de Mário e Oswald de Andrade. 

          Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 idealizou e organizou a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, criando para essa ocasião as peças promocionais do evento: catálogo e programa. Faz sua primeira viagem à Europa em 1923, permanecendo em Paris até 1925. Expos em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris. Conheceu Picasso, Léger, Matisse, Eric Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses. Retornou ao Brasil em 1926 e ingressou no Partido Comunista. Seguiu fazendo ilustrações. Fez nova viagem a Paris e criou os painéis de decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro.

          Os anos 30 encontram um Di Cavalcanti imerso em dúvidas quanto à sua liberdade como homem, artista e dogmas partidários. Sofreu sua primeira prisão em 1932 durante a Revolução Paulista. Casou-se com a pintora Noêmia Mourão. Publicou o álbum A Realidade Brasileira, série de doze desenhos satirizando o militarismo da época. Em 1936 escondeu-se na Ilha de Paquetá e foi preso com Noêmia. Libertado por amigos, seguiu para Paris, lá permaneceu até 1940. Em 1937 recebeu medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris.

          Com a iminência da Segunda Guerra deixou Paris e retornou ao Brasil, fixando-se em São Paulo. Um lote de mais de quarenta obras despachadas da Europa não chegaram ao destino, extraviando-se. Passou a combater abertamente o abstracionismoatravés de conferências e artigos. Em 1947 participou com Anita Malfatti e Lasar Segalldo júri de premiação de pintura do Grupo dos 19. Seguiu criticando o abstracionismo.

         Foi convidado e participaouda I Bienal de São Paulo, 1951. Fez uma doação generosa ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, constituída de mais de quinhentos desenhos. Recebeu a láurea de melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo, prêmio dividido com Alfredo Volpi. Em 1956 participou da Bienal de Veneza e recebeu o I Prêmio da Mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste. Recebeu proposta de Oscar Niemeyer para a criação de imagens para tapeçaria a ser instalada no Palácio da Alvorada; também pintou as estações para a Via-sacra da catedral de Brasília.

          Participou de exposições no México, Argentina, Paraguai, Uruguai, Moscou e França entre outros. 

         A modelo Marina Montini era a musa da década. Em 1971 o Museu de Arte Moderna de São Paulo organizou retrospectiva de sua obra e ele recebeu o prêmio da Associação Brasileira dos Críticos de Arte. Comemorou seus 75 anos no Rio de Janeiro, em seu apartamento do Catete. A Universidade Federal da Bahia outorgou-lhe o título de Doutor Honoris Causa. Fez exposição de obras recentes na Bolsa de Arte e sua pintura Cinco Moças de Guaratinguetá foi reproduzida em selo. Casou-se quatro vezes e faleceu aos 79 anos no Rio de Janeiro.