EDIÇÃO 16

Gravar, imprimir… Deixar marcas!

O homem desde a pré história sente a necessidade de registrar sua história e, para isso, utilizava as pedras, as cavernas e outros lugares para fazer desenhos e contar sua história. Com o passar dos tempos, os desenhos foram dando lugar aos símbolos (escrita) e foram registrando a história dos povos.

Com a invenção do papel pelos chineses, apareceram os copistas, isto é, um texto era escrito em um papel e os copistas, reproduziam o mesmo texto quantas vezes fossem necessárias.

Com as mudanças culturais no século XV havia a necessidade de uma reprodução mais rápida e em maior quantidade. Gutemberg inventou a prensa com tipos móveis (letras, números). De lá pra cá convivemos cada dia com mais tecnologia para enfrentar a rapidez do progresso e da globalização.

Vamos conhecer um pouco de impressão, gravura, xilogravura, isogravura, etc.

Gravura é um meio de expressão que sempre ocupou lugar de destaque na produção da maioria dos artistas, pois possui características sem equivalência em outras modalidades artísticas. Suas operações sofisticadas e a invenção dos métodos de imprimir e das próprias prensas, fizeram do ofício do artista gravador um misto de gênio da criação, com engenheiro e alquimista. Não é difícil imaginar as dificuldades de produção de uma gravura em Metal, ou Litografia em épocas que eram iluminadas a fogo, num tempo em que a carroça e o cavalo eram os transportes mais comuns nas grandes cidades, e que nada se sabia sobre plástico ou nem se imaginava a possibilidade de comprar uma lixadeira elétrica na loja de ferragens.

A Arte da gravura exigia conhecimentos que iam muito além do seu próprio universo. E igualmente, sua penetração na sociedade nada tinha de comum com o que hoje observamos, daí seu alto valor como técnica e conhecimento dentro das atividades humanas num mundo pré-industrial.

A gravura serviu de laboratório para grandes idéias e para veicular ideais com maior facilidade, criando interação entre camadas distintas da sociedade.

Impressão é a tarefa ou atividade de transferir para um suporte material (madeira, tecido, plástico,  acetato, azulejo ou parede) um determinado conteúdo ou conjunto de signos (desenhos, letras, palavras ou figuras) com o objetivo de registro ou  comunicação. A partir de sua descoberta foi possível vir a público fotografias, jornais, revistas, livros, documentos, entre outros.

Xilogravura é a técnica de gravura na qual se utiliza a madeira como matriz e possibilita a reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte adequado. É um processo muito parecido com um carimbo. É uma técnica em que se entalha na madeira com a ajuda de um instrumento cortante a figura ou forma (matriz) que se pretende imprimir. Em seguida, usa-se o rolo de borrar embebido em tinta, tocando só as partes elevadas do entalhe. O final do processo é a impressão em alto relevo em papel ou pano especial, que fica impregnada com a tinta, revelando a figura.

As xilogravuras no Brasil acontecem em profusão no Norte e Nordeste por conta dos livrinhos de Literatura de Cordel.

Isogravuras feitas pelos alunos do 7º ano do Colégio de Aplicação João XXIII de Juiz de Fora – MG.

Tema – Circo

Linoleogravura é a técnica de gravura semelhante a xilogravura. A diferença é que na xilogravura utilizamos madeira e na linoleogravura utilizamos o linóleo que é uma espécie de borracha grossa, geralmente utilizada para cobrir piso.

Isogravura é a técnica de gravura onde utilizamos as bandejas de isopor como base, papéis e tintas variadas, assim como inúmeros materiais de aprofundamento (lápis, palito de churrasco, caneta, arame, clip e outros). Essa técnica é muito utilizada nas escolas pelo efeito que produz e pelo baixo custo.

Serigrafia é a modalidade de impressão em tecido, plástico, vidro, cerâmica e madeira em larga escala, principalmente para fins comerciais. Também conhecida com Silk-Screen (estamparia), consiste em fazer uma matriz em tela de nylon (espécie de peneira) que será desenhada através de tinta opaca ou acetato e trabalhada com tinta especial para serigrafia. Onde está a tinta opaca ou o acetato, a tinta não passa (vaza), onde a tela está sem proteção a tinta passa, formando o desenho na camiseta, vidro, etc.

Sugestões de atividades de gravura e impressão:

As sugestões estão na “Oficina de Gravura e Impressão” nesta edição.

Fonte:  Artes Plásticas – Primeiros Passos – Autoras: Ivete Raffa e Márcia Regina da Silva – Editora Rideel

Aviso:  Nas edições seguintes serão abordadas as demais Modalidades das Artes Plásticas: Tridimensão e Pintura.

Ivete Raffa
Arte educadora e pedagoga
www.iveteraffa.com.br