Cândido Portinari nasceu em Brodósqui, interior de São Paulo, em 1903. Seus pais eram italianos e vieram para o Brasil esperando melhorar de vida. O primeiro emprego que conseguiram foi numa lavoura de café.

Sua infância de menino do interior foi bastante simples, mas feliz e cheia de recordações. Gostava de jogar futebol, nadar nos rios da redondeza, brincar com pião, brincar de pular cela, balanço, enfim, brincava muito nas ruas de Brodósqui. Essas lembranças lhe renderam obras maravilhosas sobre as brincadeiras infantis.

Desde pequeno desenhava e por isso os colegas lhe pediam que ilustrasse seus cadernos, trabalhos e cartazes. Aos 9 anos trabalhou como ajudante de pintores italianos, na decoração da igreja de Brodósqui.

Portinari se alegrava muito quando montavam circo em Brodósqui. A cidade toda ficava alegre e movimentada. A banda de música era outra atração, pois tocava nas festas e no coreto da praça nos finais de semana. Seu pai, o sr. Btista era um dos músicos.

Como todas as crianças, Cândinho, como era chamado, sentia alguns medos. Nas plantações via muitos espantalhos e, à noite, tinha pesadelos. Mais tarde fez várias obras mostrando espantalhos.

Cândinho era muito curioso, impressionava-se com os retirantes nordestinos, que chegavam a Brodósqui procurando emprego. Eram pessoa famintas e sofridas. Candinho ficava observando essas pessoas por muito tempo. Dessa observação surgiu a série de pinturas “Os retirantes”, onde Portinari expressava a dor e o sofrimento dos retirantes e exagerava ao retratar o sofrimento e a tristeza das pessoas.

Aos 15 Anos foi estudar no Rio de Janeiro, incentivado pela família que percebia seu grande talento para a pintura. Trabalhou e estudou bastante. Algum tempo depois ganhou uma viagem de estudos à Europa. Conheceu Maria Martinelli em 1930, jovem uruguaia de 19 anos, radicada com a família em Paris e se casou com ela. Na França, Portinari sentia saudades de Brodósqui e, ao voltar ao Brasil, fez várias obras pintando sua terra e sua gente.

Portinari fez uma exposição individual no Palace Hotel do RJ em 1932 exibindo obras que retratam cenas da infância, circo e cirandas. Pintou os lavradores de café, que ele conhecia tão bem desde a infância. Exagerava nos tamanho dos pés e das mãos com o intuito de mostrar o quanto trabalhavam nas lavouras.

Portinari pintou seu primeiro mural em 1936, para o monumento rodoviário da Estrada Rio/São Paulo, medindo 1m x 8m. A partir daí executou inúmeros painéis por todo o Brasil e série “Via Sacra”, na Igreja da Pampulha em Belo Horizonte, paineis enormes e maravilhosos. Em 1951 participou da 1ª Bienal de São Paulo.

Morreu em 1962, aos 59 anos, intoxicado pelas tintas que tanto utilizou. Deixou inúmeras obras retratando o Brasil não só para os brasileiros, mas para o mundo todo.