A origem latina do termo (mobile) remete à idéia de “móbil”, movimento. Nas artes visuais, a noção é empregada para nomear esculturas, muitas vezes abstratas, compostas de materiais leves, suspensos no espaço por meio de fios. As peças, movimentadas pelo ar (vento), se caracterizam pelo equilíbrio, leveza e harmonia.
Alexander Calder, escultor norte-americano de reputação internacional (Filadélfia, 1898 – Nova York, 1976). Calder tornou-se famoso por suas esculturas chamadas móbiles, que receberam este nome porque se movimentam quando impulsionadas por correntes de ar.
Os móbiles de Calder são construções abstratas, feitas com pedaços de lâminas metálicas e arames, que permanecem delicadamente suspensos.
Em 1932, Marcel Duchamp (1887 – 1968) usou a palavra para fazer referência a algumas esculturas do norte-americano Alexander Calder (1898 – 1976). Os trabalhos eram formados por formas planas de metal, algumas pintadas, equilibradas em fios de arame fino que as mantinham suspensas. Os móbiles moviam-se ao sabor da aragem mais suave, produzindo efeitos mutáveis em função da luz. Formado como engenheiro mecânico – o que explica também o seu interesse precoce pela pesquisa dos materiais e pelas máquinas – Calder, em seus primeiros trabalhos como pintor, se destaca pela habilidade em passar a ideia de movimento usando uma única linha. Em seguida, começa a construir esculturas de arame, a primeira delas um relógio solar com a forma de galo, datada de 1925. Dois anos depois, atua como projetista de brinquedos móveis para a Gould Manufacturing Company. Nos anos de 1930, já conhecido por seus retratos e, sobretudo, por suas esculturas em arame, passa a integrar o grupo Abstraction-Création, no interior do qual lança-se no abstracionismo.
As pesquisas abstratas de Calder se beneficiam da abstração geométrica de Piet Mondrian (1872 – 1944), cujo ateliê ele visita em 1930. A ambição de Calder é levar a construção abstrata para o espaço, o que o leva a definir seus trabalhos como “Mondrian móveis”, embora a influência de Miró sobre seus móbiles também aconteça. A nova plasticidade na pintura, sistematizada por Mondrian e Theo van Doesburg (1883 – 1931) – a recusa do espaço pictórico tridimensional, da linha curva, da modelagem, das texturas e da idéia de arte como representação – tem impacto decisivo nas construções de Calder, na predileção que suas peças possuem, pelas cores primárias e, sobretudo, pela ênfase na relação entre os elementos da composição. Se Calder, como Mondrian, também anseia por uma arte que siga as leis matemáticas do universo, para ele esta não poderia ser estática, mas dotada de movimento, como o próprio universo.
Calder também passou a construir estábiles, nome usado pela primeira vez pelo artista Jean Arp. Os estábiles são parecidos com os móbiles, com a diferença de que não se movem. Mais tarde, Calder criou obras que são combinações de elementos dos móbiles e estábiles.